- Ano: 2011
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situado entre um bosque de altas árvores nas terras agrícolas de Chiltren Hills, o Parque Croner Barn foi originalmente parte de uma propriedade vizinha e utilizado como uma trilha agrícola e celeiro de gado até meados da década de 1990. Construído em tijolo tradicional e pedra ao final do século XVIII, o celeiro foi ampliado ao dobro de seu tamanho original graças a uma adição Vitoriana em 1864 - resultando no edifício existente hoje.
Nosso cliente comprou o celeiro em 2009, doze anos depois da primeira transformação residencial que o edifício passou, com a intenção de trazer o edifício de volta à sua estrutura básica e começar de novo. Através da transformação, nos propusemos, a partir de uma estratégia, a criar uma série de espaços abertos, iluminados, com características escandinavas e com uma sensação de calma contínua. O celeiro teve que acomodar a paixão do cliente por música clássica e livros, e proporcionar um novo espaço comum colocado ao centro do projeto. O projeto também deveria proporcionar uma acomodação flexível, para um celeiro que é ocupado ora por uma série de convidados, ora por uma só pessoa.
A primeira reforma do celeiro em 1997 aparentou ser um exercício de apertar o maior número possível de cômodos em dois pavimentos dentro do edifício, com uma prioridade menor dada aos materiais finos e às qualidades espaciais. O tratamento externo do celeiro também foi feito de uma forma que não explorava o potencial de um edifício como esse.
O êxito do projeto baseou-se em desfazer grande parte deste trabalho prévio. Um orçamento limitado significava uma cuidadosa distribuição de gastos - algumas partes do projeto existente não foram alteradas - mas grande parte do edifício foi levado de volta aos elementos crus da origem agrícola do celeiro.
A disposição anterior constava de vinte e cinco cômodos, dezenove dos quais encontravam-se agrupados em conjunto no primeiro pavimento. Esta disposição proporciona um alojamento amplo, mas mostrou-se um labirinto de corredores sufocantes de gesso. Nossa proposta era reduzir significativamente o número de cômodos e permitir que a escala e a materialidade do edifício pudessem respirar novamente.
Este processo implicou a significativa reestruturação e manutenção do celeiro. Com a eliminação de muitas paredes estruturais, pisos e vigas, tivemos que introduzir um complexo conjunto de estruturas ocultas de aço, além de um plano estrutural de madeira. Isso complicou-se ainda mais pelo estado de deterioração dos elementos de madeira da parte mais antiga do celeiro, que tornaram as vigas principais redundantes estruturalmente.
Espacialmente, estas mudanças tiveram como resultado duas áreas de estar muito grandes. A abertura do extremo sul do celeiro cria um grande espaço de pé direito duplo no pavimento do estar, elevando-se até as vigas da cobertura principal e nas empenas em cada lado. A cozinha previamente isolada foi eliminada para transformar-se em uma extensão da sala de estar, sendo o foco principal da residência. No extremo norte do celeiro, a eliminação de quatro dormitórios proporciona espaço suficiente para a necessidade particular de nosso cliente: uma biblioteca e sala dedicada à musica suficientemente grande para conter milhões de livros e discos de vinil.
Trabalhando com cômodos pouco domésticos, tanto na procedência, quanto na escala, definem-se os elementos necessários dentro do edifício para haver uma qualidade adequada e construída, para sentar-se comodamente nos espaços ao redor deles. Foram identificadas certas intervenções com as quais alcançou-se o objetivo de uma presença física e material adequada, e esta ênfase define, em grande medida, o caráter do edifício final.
A nova elevação sul foi construída a partir de secções de carvalho maciço de grandes dimensões, as colunas e vigas conferem à fachada uma solidez e um ritmo sólido. As chaminés foram concebidas como um enorme objeto esculpido: uma composição de blocos de calcário forma a base para uma sequência gradual de cal e gesso, fazendo eco às formas inclinadas das chaminés rurais de tijolo. A nova escada móvel que acessa o segundo pavimento pesa uma tonelada e foi completamente fabricada em aço preto, com um acabamento em textura áspera, proporcionado pela pátina natural do material. Todas as portas de carvalho são deliberadamente super-dimensionadas para permanecerem com a aparência generosa, seguindo a escala de seu entorno.
Durante todo o processo, o celeiro foi projetado de forma simples, mas contemporânea, qualidade garantida pelos materiais e detalhes. Optamos por uma paleta de materiais sóbrios para assegurar um sentido de coerência e calma em todo o edifício: carvalho branco, calcário, basalto italiano e revestimentos de fibras naturais para o piso. Esta posição reducionista em relação aos tons e materialidade permite que o celeiro original possa suportar as adições e seguir tendo suas características predominantes no interior.